Sou fã assumido da banda NxZero e isso não é novidade para ninguém. Há algumas semanas comprei o novo CD "Agora" pela internet, na pré-venda pois só começa a ser vendido oficialmente amanhã nas lojas. Espero muito ansioso pela chegada da minha nova mania. Porém, passeando pela internet ontem, vi um link para o download do CD. Ou seja, o popular "vazamento". Sem peso na consciência, baixei rapidamente e comecei a ouvir. Fui surpreendido, positivamente, claro.
O CD segue a mesma tendência do "NxZero". Batidas de rock com letras melodicas e, algumas vezes, um pouco radicais, formam 15 faixas. A primeira, "Cedo ou tarde" é o novo hit da banda que já está entre as 5 mais tocadas nas rádios brasileiras. "Daqui pra frente" vem logo depois. É uma música com uma melodia muito interessante: barulhos que parecem ser feitos com a boca iniciam a música e o refrão completa: "Mas espero que daqui pra frente tudo se renove para nós dois / Nossas vidas são tão diferentes / Viva agora tudo o que sonhou / Muita coisa ainda está por vir / Muita coisa ainda vai mudar / Eu espero que daqui pra frente". Na minha opinião é uma das cinco melhores do novo trabalho da banda paulistana. A terceira música é a "Entre nós dois", uma faixa com tom romântico que conta um pouco sobre como o tempo revela as pessoas e o bem que uma pessoa faz ao eu-lírico.
"Bem ou mal" é a 4ª faixa do CD. Pessoalmente a que menos gostei. Conta com a participação de um aparente rapper (me corrijam se eu estiver errado) chamado Tulio Dek. No meio da música começa um rap levado por um baixo. Não achei que combinou, apesar da letra ser bem positiva. E logo em seguida o Di continua a cantar. Sinceramente? Quando começa essa faixa, passo para a próxima. Talvez não tenha tido a paciência devida para aprender a gostar dessa música, mas enfim. A próxima "Além das palavras" parecer ser uma continuação da "Bem ou mal" pois é imperceptível a troca de faixa. É uma faixa curta de 1'29'' que também conta com o rapper.
"Silêncio" lembra o CD "NxZero". É uma das músicas que mais lembra o verdadeiro NxZero. Uma música que conta sobre como a pessoa ignora o eu-líricio e a chance para falar sobre coisas que ele não pode falar. A 7ª faixa, "Segunda Chance" é uma música mais radical e bem envolvente. O rock fala sobre a paixão não esquecida e a segunda chance, como o próprio nome diz. "Cartas para você" é levada por um violão. Sim, uma das cinco melhores. Somente o violão. Nada de baixo, guitarra ou bateria. Calma, limpa e sensível. São 03'24'' de romantismo puro. "Tudo bem" fala sobre a vida e não sobre o amor. E surpreendam-se: nada negativo. Letra positiva, agredecimento pela vida e o respeito diante dela. A 10ª música, "Nunca mais" fala sobre a desconfiança da palavra e erros comentidos. A guitarra acompanha o vocalista e a banda mostra sua força. É uma das músicas mais bem regradas.
"Melhor parte de mim" começa com um piano que aos poucos vão dando lugar ao Di. Amor é a temática, como ele deixa a pessoa fortalecida e revela o lado bom das pessoas. A bateria entra e ecoa o sentimento. Não é uma música gritada. "Inimigo invisível" a 11ª faixa. Uma música pesada e revoltada. Lembra o CD piloto "Diálogo". Contrapõe a faixa anterior e diz que sem ela o eu-lírico está melhor. "O Destino" começa como a faixa "Melhor parte de mim", no piano que é breve e entra a bateria melódica. Bem de leve. "O destino me fez ir embora / O tempo vai nos dizer quem é quem / Pode não ser o fim da nossa história / O destino me trouxe até aqui / Minha intuição diz para eu continuar / E seguir o meu coração". A penúltima faixa "Diferenças" fala de como as diferenças são iguais e isso faz com que as pessoas estejam apaixonadas, apesar do tom também revoltado. A última faixa do álbum "Apenas mais uma de amor" é uma regravação da música de Lulu Santos. Perfeita. O Di soube levar com harmonia e o piano acompanha o vocalista perfeitamente. Essa música já estava presente no primeiro DVD da banda "62 mil horas até aqui" e eles tocavam-a nos últimos shows da turnê antiga. Uma das cinco melhores, com toda a certeza.
"Agora" é um presente da banda para todos os tipos de público. 47 minutos mostram como a banda cresceu e tem muito ainda para mostrar. Merece todo o respeito pois ganha cada vez mais prêmios e não precisaram de qualquer artifício midiático para chegar onde está. É um grupo completo, com histórias verdadeiras. É um álbum balanceado que não se retém a letras tristes e melodicas. Com certeza é uma veia forte do grupo, mas em faixas como "Inimigo invisível" é claro o passeio que podem fazer, sem dever nada a outras bandas de rock atual.
Numa escala de 0 a 10, classifico como 9,5. Infelizmente não dou nota máxima pelas músicas "Bem ou mal" e "Além das palavras". Não me agradaram, mas isso não tira qualquer crédito que o NxZero tem.
Parabéns a banda pelo sucesso e boa sorte na nova jornada.