segunda-feira, 9 de março de 2009

Quem não quer?

Postado por Thiago Ghougassian

Ontem assisti "Slumdog Millionaire" (abrasileirado "Quem quer se um milionário". Um dia vou fazer um post sobre as traduções tosquíssimas de títulos de filmes) e posso dizer: que digno.

Não vou ficar aqui contando a história do filme, mas é sempre bom situar os que não sabem: o filme conta basicamente a história de Jamal, um indiano pobre que entra num programa que, provavelmente, o Silvio Santos copiou para fazer "Show do Milhão". Jamal então responde as perguntas com aparente facilidade, se lembrando de sua história e usando-a como repertório para o questionamento ao vivo. O problema é que acham que ele está trapaceando pois deduzem "já que ele é pobre, não sabe muita coisa então é trapaça". Como todo o filme hollywoodiano, ele vive feliz para sempre com o bolso cheio da grana e com o amor de sua vida (eu digo isso na maior naturalidade porque sei do final, mas até chegar no final dos 100 minutos de filme, fiquei tenso!)

História clichê: um rapaz pobre que se torna rico. Porém o interessante é como a história é contada. Obviamente o filme passou longe do Oscar de melhor figurino e cenário (se é que existe), mas, merecidamente, ganhou 8 estátuas amarelas e carecas desse ano e 4 Globos de Ouro. Eles mostram que a vida é a melhor escola e que algumas coisas que temos que responder não estão em livros mas sim na própria experiência. Mostram também que uma parte das pessoas ficam a vida tentando ser ricas, porém algumas pessoas conseguem isso de uma hora para outra, somente usando a inteligência. Não acredite em todo mundo, use o mal que as pessoas te fazem a seu favor e nunca desista do que realmente vale a pena são mensagens chave desse filme brilhante. No ínico eu pensei: "meu Deus! Essa droga ganhou tanto prêmio?", mas com o passar do filme eu percebi que lá existiam coisas que realmente são dignas de premiação e reconhecimento.
E o que esse filme ganhou? Oscar de:
- melhor filme
- diretor
- roteiro adaptado
- fotografia
- mixagem de som
- edição
- trilha sonora original
- canção original
Apesar de não concordar com algumas categorias, ele mereceu. Arrancou algumas lágrimas e várias reflexões as quais não vou listar aqui.

Fica então minha dica: assistam esse filme que vale muito a pena.
E semana que vem, assim que eu assistir "The curious case of Benjamin Button" (não, eu ainda não assisti), eu conto para vocês se vale a pena e se é merecedor da estátua amarela e careca de melhor maquiagem e direção de arte (e das 3 horas que vou gastar em frente da telona).