Há algumas semanas eu estava mal. Estava descrente de tudo. Não acreditava que as pessoas realmente poderiam ser sinceras, que teriam um sentimento bom, que se esforçariam para fazer as coisas que realmente queriam. Não conseguia imaginar que uma coisa muito boa poderia acontecer comigo. Tava tudo dando errado e eu via o mundo desabar a minha volta. Não poderia acreditar em sentimentos, em boas chances, em aceitação do mundo como ele é.
Decidi fazer um piercing, do nada, só decidi. Parece que essa minha atitude abriu algumas portas. Deixar o medo de lado e me arriscar, simplesmente pq eu queria, pq tinha vontade, pq me faria bem. Poucos dias depois comecei num emprego novo. Uma assessoria de imprensa muito grande. Foi uma oportunidade que apareceu do dia para noite. De surpresa, e agarrei a oportunidade. Estou numa assessoria de imprensa, trabalhando como designer, do lado dos assessores da Unilever. Perfeito. Corrido, eu sei, mas to num ambiente ótimo.
Na vida amorosa não estava feliz. Minhas últimas tentativas de relacionamento afundaram em nada. Mergulharam num oceano de vazio e lá ficaram. Não via futuro, por mais que me esforçasse. Fiquei lendo e relendo os posts desses blog que vos fala. Tanta coisa passou... Posts de alegria, de revolta, de neutralidade. E esse post, sobre o que irá falar?

Como disse, as últimas tentativas de relacionamento fracassaram. Eu me esforçava para fazer dar certo, tentava, mas do que vale uma pessoa fazer força de um lado da corda sendo que a outra larga a outra ponta? De nada adianta.
Tive que seguir em frente. Não podia ficar nesse "chove não molha".
Conheci então uma pessoa, do nada, do dia para noite. Foram semanas de conversa, de risadas e até brigas. Sentimentos confusos, sentimentos claros, sentimentos sem definição alguma, somente sentimentos. Foi deixando o sentimento fluir, ouvindo verdades, chorando, ficando confuso, dando risada do nada que saímos ontem. Para onde? Playcenter.
Sim, é verdade, havia anooos que não ia para o Playcenter, mas eu fui, mesmo com o tempo fechado e frio. Não foi uma decisão fácil: fiquei em dúvida, mas fui. Ainda bem que fui. Ainda bem MESMO.
O vi. Na fila do Boomerang. Regata preta e óculos de sol. Um sorriso tímido. Único. Tão certo que me assustei. E depois de o ver de longe, o vi de perto, separados pela grade da fila. Um selinho. Um coração batendo a mil. Uma certeza. Depois de sair da fila, um abraço. Um beijo bem no meio do Playcenter. Todo mundo olhando. Foda-se. CÃO!
Um dia perfeito. Dançando, sentados, depois de um silêncio interminável, começamos a conversar, deixando a timidez de lado. Conversamos bastante. Ouvi muito. Prometi não ficar com mais ninguém. Prometi não "me fazer de louco" e não brigar por idiotice. Ele prometeu não mudar nunca. Prometeu não dar mais piti. Prometemos ficar juntos e tentar.
Depois de beijos, abraços, mãos, sorrisos e 6 tentativas de despedida, fui para casa. Feliz e completo. Fui para casa como se estivesse indo para o paraíso (ou estava voltando dele?). Estava molhado do Splash, mas estava muito feliz. Apesar de somente uma foto (uma única foto), mil momentos estão na minha cabeça e ainda consigo sentir o perfume dele na minha pele. É doce e confortante, assim como a companhia dele.
E tudo isso em uma tarde. Uma tarde que vai se repetir por muitas outras tardes.

Tete.
(apesar de ser da irmã esse apelido, cabe muito mais para a gente).

O que vai acontecer daqui para frente eu não faço a mínima idéia. Se vai acabar amanhã ou daqui há 20 anos ou não vai acabar nunca, eu não sei. Mas aprendi muita coisa com uma pessoa maravilhosa.
Não vou agradecer pq ele não gosta quando eu agradeço a companhia dele (parece um favor), só vou dizer que vou estar sempre do teu lado, te apoiando no que você precisar. Vou me manter fiel, sincero e seu. Até quando vc me agüentar. :)

Agora sim posso dizer com toda a certeza: Te amo.
Te amo não pelo sentimento, mas por vc me fazer rir, por me fazer sentir bem, por ser desse seu jeito único, por me abraçar, dizer coisas bonitas ou simplesmente não dizer nada. Te amo por vc sambar na fila do Playcenter, por ser irresponsável e saber disso e se arrepeder, por segurar minha mão e por colocar as duas mãos no meu rosto quando me beija. Te amo com funk ou com pagode, com o corpo molhado e tremendo de frio, por fazer "a gata molhada", por gritar "TETE" e por gritar "CÃÃÃÃO!".